domingo, 31 de julho de 2011

Condicionamento Operante... ilustração

Esta ilustração representa aquilo que tento tranmitir em termos de Condicionamento Operante... e de uma forma espectacular.


Retirado de:
http://www.flickr.com/photos/lilita/5409352150/in/set-72157624598500743

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Teoria da aprendizagem... olhem à vossa volta e vejam


No filme Matrix (o primeiro), no final, o Neo vê o mundo em código, entende tudo à sua volta como é na realidade e podendo assim ultrapassar os seus limites.
O que proponho com este post e dentro da lógica da Karen Pryor, em "Don't Shoot the Dog", é que se veja a aprendizagem como ela é decomposta em comportamentos, reforços, castigos, extinções e repetições... tudo isto se passa à nossa volta.
A educação é baseada nas teorias da aprendizagem, existem várias, umas dão enfoque a determinadas áreas e outras a áreas diferentes, mas todas elas têm o seu lugar.
Podemos dividir as teorias da aprendizagem em dois ramos: aprendizagem por influência interna e aprendizagem por influência externa. No primeiro ramo incluem-se a capacidade cerebral que tem a ver com a fisiologia do sujeito e difere de espécie para espécie e a capacidade cognitiva, onde podemos inserir as teorias do Piaget, Construtivismo, de Gardner e os Estilos de Aprendizagem. No segundo ramo podemos dividi-lo em influências no indivíduo e por interacção em grupos sociais. Nas interacções sociais existe a observação, a aprendizagem social, as práticas comuns e a cognição social. Nas influências no indivíduo inclui-se o Behaviorismo (Condicionamento Operante).
Depois desta introdução chega-se à conclusão que podemos apenas ter influência num indivíduo através dos princípios das teorias do segundo ramo e nessas como o nosso objectivo é influenciar o indivíduo podemos educa-lo seguindo os princípios do Condicionamento Operante.
Um indivíduo tem um reportório de comportamentos dependendo da situação em que se encontra, que foram aprendidos de forma a lidar com a situação e ter os melhores resultados possíveis. Isto acontece em todas as espécies de animais, incluindo o homem. Quem aprende condicionamento operante e o aplica no dia-a-dia no treino de cães acaba inevitavelmente por ver o mundo decomposto em comportamentos, começamos a ver padrões de comportamento, a perceber onde o individuo vai buscar o reforço, qual é o estimulo que desencadeia o comportamento, etc.
Como treinador de cães em positivo é muito desagradável ouvir vezes e vezes sem conta a expressão "mas se o ensinar com comida ele só o vai fazer por causa disso", da mesma forma que acho curioso que numa conversa acerca da educação de uma criança da minha família eu aconselhava o pai a usar o Principio de Premack, e este para meu espanto diz "mas assim ele fica manipulador, só fará as coisas com o objectivo de ter o que quer"...
O que quero deixar aqui bem explicito é que qualquer miúdo ou adulto executa comportamentos para obter de volta coisas que procura ou para evitar as coisas que não quer e só executa esses comportamentos com esse objectivo, quando educamos alguém não devemos negar isso, não podemos fazê-lo sob pena de deixar ao acaso as consequências de cada comportamento desadequado, o melhor que temos a fazer é procurar uma forma do indivíduo realizar os comportamentos que queremos, que são os mais adequados, para ter o que quer, controlando os reforços e as coisas boas da sua vida.

Dedico este post ao Hugo...Bons treinos!

terça-feira, 19 de julho de 2011

"Não"... no meu ponto de vista!

Muita gente faz da palavra "Não" o principal vocábulo do ensino e educação do seu cão e até do seu filho. A palavra é usada e abusada e das duas uma ou se torna amplamente insuficiente ou se torna insignificante. O cão é um animal complexo não podemos achar que com uma palavra podemos educar um cão, estabelecer uma relação baseada em interacções em momentos negativos apenas para corrigir o cão é rumar ao insucesso. Porque quem é que liga alguma coisa a um dono que só aparece ou se dirige a nós para chatear... ninguém... e será que a consequência do "Não" é assim tão má que não valha a pena continuar o que se estava  fazer? Muitas vezes sim.
Na minha comunicação com os meus cães costumo usar três palavras para marcar os seus comportamentos, uma das quais o "Não", uso-o apenas como marcador de comportamentos que não quero, não lhe atribuo qualquer sentimento, não sai com fúria ou irritação, sai como se estivesse num jogo de perguntas e respostas e o não é como o som que se ouve no final de uma resposta errada. É apenas isso uma maneira de comunicar que o cão errou, tem de mudar de comportamento porque aquele ou não o vai levar ao reforço que procura ou o vai levar a um castigo que não quer.
Há quem considere melhor usar outras palavras para não ter uma conotação tão negativa, mas acho pessoalmente que a carga negativa não está na palavra, está na forma como é dita... foi algo que aprendi com o Morgan Freeman, numa entrevista em que ele dizia isto acerca da palavra "Preto", falando do racismo.
Para além desta palavra uso mais duas como disse, o "Yes" como marcador positivo, para dizer ao cão que acertou e recompensar esse comportamento e o "Good" para lhe transmitir que está a ter o comportamento certo mas que ainda não acabou, tem de continuar para chegar à recompensa.

Bons Treinos!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Os humanos e o feedback

No nosso mundo somos os seres superiores, com cérebros que nos consomem milhares de kcal, este cérebro gigantesco tem o propósito de nos relacionarmos com outros humanos, com o mundo à nossa volta. No entanto com tanto esforço evolutivo neste sentido algo está a correr mal, os humanos são péssimos a dar e receber feedback, uma coisa básica num ser humano.
Eu diria que muitos dos problemas que vemos passar nas notícias nasceu dessa incapacidade, patrões que se fecham nos seus gabinetes escondidos por detrás de uma hierarquia rígida onde o feedback do trabalhador para o patrão não é bem-vindo e ao mesmo tempo os trabalhadores recebem pessimamente o feedback dos seus patrões e desresponsabilizam-se de todos e quaisquer maus resultados, Ken Blanchard (guru da liderança e organizações) tem no seu site:
"Mencione a palavra feedback e a maioria das pessoas conluiem imediatamente que irão experienciar algo de desconfortável e negativo. Mas imagine o mundo sem feedback, deixaríamos de aprender, de crescer, de nos melhorarmos, de melhorar a nossa performance, o nosso comportamento e as nossas vidas. No entanto a maioria de nós resiste a dar e receber feedback porque não conseguimos ver o seu lado bom.
Os estudos da Ken Blanchard Companies indicam que existem três grandes razões para que as pessoas resistam a dar feedback são:
  • Têm medo da outra pessoa ficar zangada;
  • Tentaram antes e não obtiveram resultado;
  • Não sabem ao certo como fazê-lo de forma eficaz.
Dar feedback de forma eficaz é uma ferramenta poderosa."
No que toca ao treino de cães, como diz o Ian Dunbar, as pessoas são péssimas a dar feedback, e realmente esse é o cerne da questão, estamos habituados ou a não dar ou a dar apenas feedback negativo, pelo que sempre que vamos receber feedback esperamos algo negativo, o treino positivo é precisamente uma forma mais exacta e cuidada de usar feedback, estamos sempre atentos aos momentos certos de usar esta ferramenta e mudar o comportamento dos nossos cães através de todas as experiências das suas vidas.