terça-feira, 4 de novembro de 2014

Agressividade na Manipulação

A seguinte mensagem ..."o meu cão, começou recentemente a rosnar, quando lhe vou dar festas na parte posterior. não entendo este comportamento, gostava de perceber e saber como atuar.
obg"


... em http://bomcaopanheiro.blogspot.pt/2010/08/agressividade-defensiva-por-medo.html

Como não sei o motivo o único conselho seguro que posso dar é faça uma ssociação positiva às festas na parte posterior... cada vez que dá festas dá uma goluseima...simultâneamente e posteriormente seguidos um do outro... conforme este video:


quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Desafios ao Jeito Canino

Olá a todos,


Finalmente no meio do rebuliço que são as redes sociais e dos comportamentos sociais engraçados que estas geram, finalmente algo do interesse dos amantes de cães surgiu e logo com o desafio a dois treinadores de cães portugueses que eu sigo e admiro, fantástico, realmente alguma coisa se faz bem por estas bandas.






E a resposta já foi... parabéns.






...


Muito Bom!

segunda-feira, 18 de março de 2013

O essencial está à nossa frente...

Devido a problemas e frustrações no treino da Iris, passei alguns meses esmorecido. Se existe uma coisa em comum entre as pessoas que optam por não usar aversivos no treino dos cães é a coerência, ao ponto de se dizer a nós mesmos... "Educas cães de outros no dia em que conseguires ultrapassar os teus problemas e educares a tua cadela como tinhas prometido a ti próprio, até lá estuda e percebe o que andas a fazer mal!!!"
Na procura de mim próprio e da alegria de ter uma cadela espetacular comecei a ler algumas coisas da Susan Garrett, a pessoa indicada para me fazer ver onde estava errado. E de facto não demorou muito tempo. Ela diz o seguinte: "pare de gerir o comportamento do seu cão e inspire-o".
Tudo são "distrações", o mundo está cheio de coisas fantásticas, todas elas são mais interessantes que fazer as coisas que nós pedimos, então vamos ensinar os nossos cães a fazer escolhas, a escolher entre duas coisas. Se ele fizer a escolha certa recompensamos com algo que ele adora. Cabe-nos a nós criar um historial de escolhas certas, uma história de comportamentos adequados recompensados de forma extraordinária.
Eu andava a gerir o comportamento da Iris. Para ensina-la a fazer escolhas ela teria de ter oportunidade de falhar, teria de errar para saber que a consequência de o fazer existia (ausência de diversão), tal como quando escolhe a coisa certa (diversão sem limites).

Ao ler o e-book do "Five Minute Fórmula to a brilliant recall", mais conhecido por "Recallers", da Susan Garrett, percebemos aquilo que nos falta aprender, aquilo que nos falta entender. Ela estruturou simples brincadeiras de forma a criar um elo entre o dono e o cão mais forte que qualquer coisa.

Se me perguntassem hoje qual é a coisa mais difícil de conseguir no treino de cães, eu diria, sermos a coisa mais importante para o nosso cão, conseguir que ele esteja sempre que possível a tentar fazer aquilo que esperamos dele para obter coisas de que ele gosta. Quero dizer com isto, tirar a trela e coleira ao nosso cão e ele continuar focado em nós. Isto não é uma coisa que nós possamos exigir, que possamos obrigar a fazer, se iniciarmos esse caminho não só não atingimos o nosso objetivo como com o passar do tempo estamos cada vez mais longe dele.
Neste árduo trabalho de (re)inspirar a Iris as coisas nem sempre correm bem, acontecem erros pelo caminho, mas só assim é que vamos conseguir aprender. A Susan Garrett é daquelas pessoas no treino de cães que eu adoro, dedicou a sua vida aos cães, escolheu colocar o relacionamento com eles no topo da lista de prioridades, encontrou uma forma autodidata de os treinar para aquilo que queria, sem lhes usurpar a vida, esforça-se ao máximo para que as coisas corram bem cada vez que tem um novo cachorro, sem deitar para o "lixo" os seus cães mais velhos e consegue sucessivamente ter sucesso no treino para Agility. Está neste momento a criar uma nova forma de estar no treino de cães a nível mundial... Não tenho ídolos, mas esta senhora inspira-me a inspirar a Iris e por isso lhe estou imensamente grato.

NOTA: Os cães da Susan Garrett não são perfeitos, roem coisas, ladram à porta de casa, etc., não existem cães perfeitos, porque os cães são animais complexos, sencientes e na sua complexidade, tal como no ser humano, a perfeição não existe.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Feliz 2013... ou será que estamos em 1900?!

O ano começou. O ano que sucede ao que foi rico em descobertas acerca da senciência animal está aqui, no ano passado ficou provado, se algumas dúvidas existissem ainda, que os animais não são coisas, nem lá perto. Na realidade com o passar dos anos e com o amontoar de evidências científicas, começa a tornar-se impressionante ouvir e ver o ser humano sempre a dirigir-se aos animais no mesmo registo, como se estivéssemos em 1900 e não em 2013.

Começamos o ano com uma tragédia, a morte de uma criança de 18 meses, supostamente devido a uma dentada de um cão arraçado de uma raça potencialmente perigosa que não é raça em Portugal.

Esta semana foi prodiga em mostrar porque é que estamos na bancarrota e os políticos continuam e aumentar nas sondagens, a mentalidade de alguns portugueses fica muito aquém do esperado. Hoje ouvi uma figura supostamente culta da nossa sociedade o Sr. Daniel Oliveira, insurgir-se contra a petição para salvar o Zico, "animais e pessoas não são comparáveis" dizia, "os animais não são pessoas logo não podem ser alvo de justiça" e "o abate é uma medida de segurança básica". Fiquei baralhado, pensei que ele falava com pessoas do Bloco de Esquerda de vez em quando, que tinha um cartão lá para casa, será que nessas conversas eles não explicaram porque é que é necessário um novo Estatuto Jurídico do Animal? Será que não lhe explicaram porque é que as touradas devem deixar de ser financiadas? Se calhar só vai aos congressos, está muito ocupado a escrever.

A pena de morte é desumana, se uma pessoa mata outra em Portugal não é aplicada a pena de morte, porque ela tornaria a sociedade em assassinos tal qual a pessoa alvo da pena, então um cão que é um animal senciente, cujos comportamentos são complexos e resultado de uma imensidão de motivos vamos resumir a sua sentença à morte? Então o cão matou a criança porquê? É agressivo? Donde surgiu a agressividade? O que aconteceu?

A morte desta criança, tal como já tive oportunidade de dizer em reunião com o membro responsável do executivo autárquico da cidade, foi o resultado a passividade de todos nós. Toda a sociedade portuguesa é culpada. Todos temos sangue nas mãos, chegou a altura de em Beja todos os que interferem nesta realidade assumam as suas responsabilidades e mudem o seu comportamento, pela memória desta criança inocente. Chegou a hora de mudar, e parece que pelo menos em Beja isso vai acontecer, vamos ver que mudança acontece, quem está disponível para falar de soluções e trabalhar nisso, vamos ver quem é que se desmarca e arrasta o problema, vamos ver quantas tragédias são precisas. Sim porque morrem milhares de cães todos os dias, morreu esta criança, o que é que é preciso mais?

Ser dono de um cão em Beja ou em Portugal é ter um sentimento de impunidade presente, é saber que na realidade nada nos acontecerá se formos irresponsáveis. O cão morde, é abatido, e tudo bem "eu nem queria já o cão, tentei abatê-lo mas não me deixaram".

Feliz 2013! O ano da mudança!


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Limiar da reatividade, a linha invisível

Quem faz treino de cães, e tenta resolver problemas de comportamento passa os dias a medir limiares de tolerância dos cães. A observar a linguagem corporal do cão, os sinais comunicacionais que nos dá e em que ponto mudam. Existe um limiar em todos os cães onde o comportamento calmo é substituído por um comportamento reativo, medroso, agressivo, excitado, etc.
Existem duas pessoas que colocaram muito bem em livro a importância destes pontos invisíveis, a Leslie Mcdevitt no livro "Control Unleashed" e a Grisha Stewart em "BAT - Behavior Ajustment Training", dois livros extraordinários.
A melhor forma de explicar este conceito ao qual chamam em inglês "threshold", é da Leslie McDevitt, ela escreveu: "Imagine que teve um dia mau hoje. Os seus filhos tiveram uma briga logo de manhã, que geriu de forma rápida e habilidosa. Perderam os trabalhos de casa, mas você encontrou-os. Perderam o autocarro, por isso você levou-os até à escola por um trânsito infernal, com um sorriso na cara. Chegou tarde ao trabalho. No caminho de volta para casa teve uma batida de chapa com chapa. Mesmo sabendo que o acidente não foi sua culpa, manteve-se simpática e cordial com o idiota que lhe bateu. Quando ia para explicar ao Sr. Policia o que tinha ocorrido, ele observa que tem o selo de inspeção um dia fora de prazo... E você grita com ele!!!! Acabou de passar o seu limiar da paciência."
Este texto parece-me bastante claro, isto é o que em treino de cães consideramos o limiar. Os cães, através da sua linguagem corporal dizem-nos qual é o seu grau de reatividade perante um determinado estimulo, aquilo que o dono ou treinador deve fazer é manter o cão a uma distância desse estímulo que lhe permita ficar abaixo do limiar, mesmo ali antes de atingir esse limiar. Não é fácil acertar no ponto certo, mas se passarmos o limiar podemos aumentar a distância e tentar de novo.
Esta é a coisa mais elementar no treino de mudança de comportamentos reativos. No outro dia uma dona mandou-me um email acerca de um cão que tem um problema de agressividade bastante grave, segundo aquilo que foi descrito pela dona, mas ainda assim, mesmo que a dona me diga que ele assim que vê outro cão fica imediatamente agressivo, existe uma distância, uma barreira, etc. onde ele se mantem suficientemente calmo para que possa aprender.
E esta é a questão importante acerca desta barreira invisível. Os cães não aprendem quando o seu nível de medo, agressividade, excitação, etc., ultrapassa esse limiar, o cão fica num estado emotivo que não lhe permite aprender novos comportamentos, não é possível ensinar ao cão como se deve comportar quando ele se encontra nesse estado. Por isso temos de palpar o sítio onde esse limiar se encontra e ficar mesmo abaixo dele, e isso permite-nos trabalhar comportamentos alternativos em presença do estímulo que produz o comportamento desadequado, quando o cão oferece o comportamento alternativo com facilidade no ponto onde escolhemos, muito provavelmente o limiar do cão aumentou, ou seja, reduzimos a distância para o estímulo. Assim já podemos aproximarmo-nos mais, mais, mais até termos um cão que consegue manter o comportamento adequado a qualquer distância do estímulo indesejado por ele.
Vivam os vossos cães!

domingo, 7 de outubro de 2012

Dia Mundial do Animal

Mais uma vez comemorou-se o Dia Mundial do Animal. Já é costume neste blogue fazer referência ao dia, nem sempre com palavras positivas, às vezes, muitas vezes a verdade tem de vir ao de cima. A questão é essa, existem coisas que não podem ser contornadas, que têm de ser abordadas.

Este dia, ou as coisas que aconteceram em torno dele tiveram um sabor agridoce. Foi bom e mau ao mesmo tempo. Este tem sido um ano de desânimo, de desilusão para mim, por isso os poucos posts, mas tem sido um ano de revolta e de indignação, coisa ao qual o dia 4 de Outubro não escapou.

Porque é que os promotores de uma Corrida de Touros marcam a dita para o dia em que se comemora os direitos dos animais, coisa à qual as touradas estão isentas porque se consideram uma exceção, por ser uma tradição nacional? Porque é que estas pessoas, que se movem para não permitir a aprovação de um novo estatuto do animal marcam uma Tourada para o único dia do ano que comemora o contrário daquilo que se passa no interior de uma praça? Isto é incrível, mais ainda por se tratar do canal público de televisão. Mas o canal, que passou essa afronta, momentos antes no programa "Linha da Frente" retratou os cães, nomeadamente a questão dos cães de raça potencialmente perigosa. Esse retrato foi também um hino à ignorância que existe em torno desta questão, por momentos pensei que seria um bom programa, por ter a participação do Dr. Ian Dunbar, mas foi uma participação desperdiçada, completamente obliterada no meio da ignorância que esteve presente pelo programa.

Antes do Decreto de Lei das raças potencialmente perigosas ter saído já existia um documento da Associação Europeia de Veterinários a aconselhar para a não criação de leis baseadas na raça do cão, porque a perigosidade do cão está associada à sua educação específica e não à raça a que pertence. Este documento data de 2000, estamos em 2012 e continuamos a ver e ouvir coisas perfeitamente idiotas. Sou enfermeiro e nos dois anos que trabalhei numa urgência, e mesmo agora num Centro de Saúde, nunca tive ferimentos de uma dentada de um cão de raça potencialmente perigosa, tratei dezenas de dentadas de cães, muitas delas os cães são da própria pessoa mordida, as situações são várias, mas as raças são as que são mais comuns na região, porque realmente a raça não é o que leva a estes acontecimentos.

Felizmente agora já li um artigo da Cláudia Estanislau e já estou muito mais calmo.

Localmente fui convidado para participar num evento comemorativo que juntou todos os intervenientes ligados à cinofilia, pela primeira vez todos participaram num único evento, uma proeza conseguida pelo Hospital Veterinário do Baixo Alentejo, pelo Dr. André Cláudio, que está de fato de parabéns pelo feito. Juntaram-se uma quantidade de pessoas amantes de cães muito superior a qualquer outra altura, falei com pessoas, pude trocar ideias, foi uma tarde muito bem passada, com muitos cães, muita alegria e muito entusiasmo, coisa rara na nossa pequena cidade.

Este dia trouxe-me de volta, acabou por ser impossível participar, por falta condições, mas ainda assim adorei. Quem é apaixonado como eu por cães sabe como é poder estar rodeado por eles durante horas... carregam-nos as pilhas.

FELIZ DIA MUNDIAL DO ANIMAL!!!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Cães de Raça Potencialmente Perigosa

Os cães de raça potencialmente perigosa de tempos a tempos teimam em voltar às noticias do nosso país, e imagino que em todos onde leis baseadas em raças existem, pelos piores motivos. Vendem-se os jornais, fazem-se programas televisivos, em suma, enchem-se chouriços televisivos. Porque se o jornalismo fosse sério tratava o problema de forma cuidada e tentava chegar a conclusões e a decisões dos intervenientes no problema. Eu mudo de canal quando a noticia surge para não me aborrecer e acabar a falar para a TV.

No entanto desta vez convidaram a Cláudia Estanislau para intervir num programa informativo acerca do tema. Fiquei pasmado, finalmente convidaram alguém que falou com seriedade, cuidado e conhecimento acerca do assunto. É que já estava farto de ver pessoas que supostamente deveriam dar uma opinião baseada em fatos gastar o tempo a pavonear-se e dizer inverdades.

Vejam o vídeo, aqui está a minha opinião acerca do assunto.... OBRIGADO CLÁUDIA!!!!