sábado, 31 de março de 2012

Martini vs Séc XXI

Na sociedade atual muitos são os desafios que se colocam ao dono de cão. Já vivemos numa altura em que os cães tinham uma liberdade quase total numas casas e noutras estavam completamente confinados a uma corrente toda a vida. Havia esta dualidade e incrivelmente, na minha opinião, surgiam menos problemas e incompreensões entre donos e cães que hoje em dia. Na minha infância experienciei os dois mundos. Na casa dos meus avós maternos os cães viviam quase a totalidade da sua vida presos numa corrente, com uma casota para dormir e água e só existiam contactos sociais com os donos na hora da refeição, não existiam conflitos, não existiam problemas comportamentais, eles estavam ali e pronto. Na casa dos meus avós paternos os cães eram um membro da família que tinha acesso a todas as divisões da casa e ia para todo o lado especialmente com a minha avó. Muitas e muitas vezes ouvi a história dum cão chamado Martini. O Martini viveu na casa destes meus avós e tinha por hábito acompanhá-los para todo o lado. Por vezes não dava conta da saída da minha avó e entrava na casa das vizinhas onde ela costumava ir pelo postigo da porta, uma a uma, até encontrá-la. Também costumava acompanhar o meu avô à taberna onde fazia umas gracinhas para o entusiasmo dos presentes, apanhava objetos de cima das mesas à ordem do meu avô e um dia em que o meu avô, embriagado, chegou a casa e reparou que tinha perdido a carteira com todo o dinheiro do ordenado, olhou para o Martini e lá estava ele com a carteira na boca...tinha carregado a carteira desde a taberna até casa...
Hoje em dia numa sociedade capitalista e exigente como a que vivemos não é possível por um lado ter Martinis, nem é aceitável ter cães presos a uma corrente 24h por dia 365 dias por ano. Então a nossa missão é a mais exigente até hoje, educar Martinis numa média de 2 ou 3 horas diárias disponíveis para o efeito... Não é uma equação simples, muito menos fácil. Muitos são os donos de cães que me questionam se é mesmo necessário estimular os cães na nossa ausência, com kongs, com ossos de roer, com cheiros, com o que for necessário, muitos são os donos que esperam cães calmos com o mínimo tempo de exercício e estimulo possível. Os vossos cães merecem mais que isso.
É necessário tudo o que for preciso para termos o nosso companheiro feliz e bem aceite no nosso seio familiar. Ele é nosso amigo, se o queremos como tal então tudo vale a pena.
Vivam os vossos cães!

sábado, 10 de março de 2012

Ano 2012

Finalmente escrevo qualquer coisa no blogue. Estava dificil de aparecer aqui qualquer coisa, para quem segue este blogue acredito que tenha sido uma desilusão estes três meses de silêncio. Tem sido uma fase dificil da minha vida, por diversas circunstâncias, tem sido também uma fase dificil da vida de todos nós portugueses. Não acredito que seja o único a sentir-me com pouca motivação. Eram vários os projectos que tinha para concretizar em 2012, mas que por esta ou aquela razão têm vindo a ser adiados, arrumados, alterados, trocados, etc. É dificil manter o ânimo.
Por isso, e deixando as pieguisses para trás, porque ter politicos, patrões e administradores corruptos não é para qualquer um e ser piegas não nos livra deles, vamos mas é falar de cães que isso eleva logo o espirito.

Cometi dois erros básicos como dono da Iris. Em primeiro lugar avaliei mal a minha situação familiar e profissional e não percebi que ia ter problemas na disponibilidade que era necessária na educação de um cão, principalmente num cão para praticas desportivas, em segundo lugar privei, em vários momentos, a minha cadela de ser cão para obter comportamentos que considerei mais importantes, fazendo com que outros comportamentos desadequados surgissem em contrapartida.

É muito dificil admitir que erramos, e principalmente é muito dificil admitir que falhamos numa coisa que nos é querida, que nos traz felicidade, muito mais ainda quando foi exclusivamente nossa culpa.

Por isso deixo-vos dois conselhos também básicos, que por vezes consideramos inúteis, por serem tão elementares, mas que nos batem à porta sem nos apercebermos. Em primeiro lugar deixem os vossos cães serem cães e desfrutem disso, riam-se das suas parvoices, dos seus "tiques" únicos que vos fazem pensar...este cão não existe foi inventado! Em segundo lugar não esperem nenhum cão exemplar sem dedicação, disponibilidade, paciência e persistência... ter um cão que amamos é uma vida!

Vivam os vossos cães!